Constantemente, procuramos alguém neste mundo que partilhe dos nossos ideais, crenças, valores e até emoções, na esperança de não nos sentirmos sós perante aquilo que defendemos. É por esse motivo que pertencemos a grupos, a comunidades, para sentirmos que pertencemos. Contudo, não existe ninguém que defenda com exactidão e precisão as nossas perspectivas e opiniões.
Existem autores, escritores, poetas, pintores, músicos e heróis nos quais nos inspiramos, dos quais retiramos lições de vida e até lemas, mas eles são diferentes de nós, porque cada um de nós é único.
Em cada parágrafo, em cada frase, em cada palavra buscamos algum sentido para a nossa existência, como se o que somos tivesse de ter um nome… mas e se não tiver? E se a nossa realidade for uma fantasia que ninguém compreende, reconhece, ou com a qual não se identifica? Existem tantos mundos dentro do nosso mundo singular que se torna impossível haver nomes e nomenclaturas para todos eles.
Há coisas que são só nossas. E devemos reconhecê-as como únicas, próprias de quem somos. E, para isso, não precisamos de alguém que nos reconheça ou nomeie quem somos realmente.
Elisabete Martins de Oliveira
31.03.2018